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23 FEV 2015
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Gente que Fez e Faz a Nossa História
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Nascido em 05 de março de 1933, na cidade de Três Marias. De família simples, os pais eram […]
Nascido em 05 de março de 1933, na cidade de Três Marias. De família simples, os pais eram agricultores. Começou e aprendeu bem cedo a cultivar a terra para assegurar o sustento da família. Seu Raimundo Bertoldo é o nosso homenageado de Gente que Faz e Fez a Nossa História.Ao contrário do que se pensa e diz, o sofrimento e a incerteza para as famílias chegam bem antes da construção de uma barragem. O “aviso” de que naquele lugar será tudo inundando com a construção de uma represa e que as pessoas que residem nas proximidades de Três Marias terão que abandonar e começar tudo de novo o que foi construído ao longo de sua vida. Significa dizer: deverá construir um novo lar, fazer novas amizades, novos vizinhos…. Na terra forçado a deixar ficam lembranças e para a cidade que foi a esperança de uma vida melhor.Casou-se com dona Raimunda Ferreira de Moura em julho de 1955 e do casamento tiveram 10 filhos.Corria o mês de junho do ano de 1959, quando a família Bertoldo por aqui chegou em Buritis. -“A nossa mudança veio em um caminhão. Só havia casas em volta do velho pé de Jatobá. Bem ali debaixo daquela árvore é que deixamos toda a nossa mudança a pedido de José Gomes Pimentel (in memoriam)”, disse seu Raimundo.Nem mesmo a longa, dificultosa e cansativa viagem de Três Marias para Buritis abatiam o ânimo de seu Raimundo que trazia consigo o sonho de vencer na vida e realizar o que mais gosta: trabalhar a terra.Homem de muita disposição e força física, seu Raimundo com seu pai, irmãos e com mais alguns homens começaram a desbravar o chão, ou seja, abrir um longo caminho de estradas para ter acesso ao imóvel que a família havia adquirido por intermédio do corretor Orlando do Prado (in memoriam). “Foram 6 dias de muita persistência e trabalho para chegar ao local que hoje residimos. Não existia por aqui máquinas para abrir a estrada, tudo era feito no trabalho braçal com a ajuda da foice, enxadão, machado e de bois. Abrimos a estrada de Buritis a São Pedro do Passa Três. Tivemos que cortar madeiras e buscar palhas na serra para construirmos nossas casinhas de sapé.” , enfatiza ele.O tempo passa, o tempo voa. Naquele tempo não havia energia elétrica tampouco veículos para locomoção. Existia uma “vendinha” do Sr. João Pedreiro. A parteira era dona Idalina e algumas mulheres indicavam e faziam remédios caseiros. Conta seu Raimundo algumas passagens do passado.Homem de pouca conversa e de muita fé, seu Raimundo sob a liderança de seu pai Pedro Bertoldo junto com seus irmãos fundaram a vila Passa Três, hoje Distrito de São Pedro do Passa Três. A família construiu uma capela que levou o nome “Capela Nossa Senhora Aparecida”que foi um marco importante para a criação do povoado. “Com a construção da capela, muitas pessoas vinham para as rezas. O local passou a ser muito frequentado e logo os pedidos de aquisição de um lote para construção de casas não paravam. Pensando no bem estar de todos, a família Bertoldo doou todo o terreno para a Prefeitura.Seu Raimundo também conta que para chegar a Buritis, somente a pé ou a cavalo. “Ainda me lembro como se fosse hoje, demorava um dia inteiro de viagem a cavalo, e se tivesse chovendo corria o risco de encontrar a enchente do rio Urucuia. Tinha que deixar o cavalo às margens do rio e atravessar a nado. Confesso que não era uma tarefa muito fácil nadar “um rio cheio”, o que exigia muita coragem e força física. A correnteza me jogava rio abaixo e fazia-me percorrer um longo caminho a pé até o local do destino”. Nessa hora houve um tímido sorriso do seu Raimundo. Sempre sério, principalmente ao contar a história.Prestativo, Raimundo Bertoldo sempre estendeu as mãos aos que mais necessitavam de sua ajuda. Inúmeras e incontáveis vezes seu Raimundo se predispôs em atender todos que o procuravam por um socorro. “A minha porta sempre esteve aberta e sempre estará para servir, principalmente, se for em caso de uma doença. Muitas vezes montava no cavalo e vinha buscar algum remédio em Buritis. Quando não encontrava o remédio, pedia ajuda ao seu Chiquinho Torres e ao Augusto da Farmácia. Precisamos de ajuda, temos um doente em Passa Três e necessita de remédio. Temos que salvar a vida dele”.Como tudo na vida não é somente alegrias, tristes dias passaram a família de seu Raimundo Bertoldo quando perderam alguns de seus entes queridos como o irmão Ivaldo Bertoldo falecido em 1978 (representava o povo do Distrito junto à Câmara Municipal), o pai em 1988, a mãe 1995, e o filho recentemente…..A vida de seu Raimundo é um livro aberto que nem o tempo consome. Homem trabalhador que nem mesmo a idade avançada o impede de fazer o que mais gosta: colher os frutos que a terra produz e criar o gado.Aposentado, agricultor, 82 anos, Raimundo Bertoldo de Oliveira é Gente que Faz e Fez a Nossa História. Uma pessoa especial que realizou e trouxe benefícios para nosso município e para nossa Gente. Buritisense de coração que representa, Raimundo Bertoldo é pessoa simples que sempre teve o orgulho e a honra de dizer em alto bom som: “eu amo Buritis”.
Autor: Assessoria de Comunicação